Era como num comercial da Shiseido. A pele impecável e com um leve brilho que os orientais gostam de ostentar como sinônimo de pele saudável.  A voz sussurrava suave mas inteligível. A coluna ereta, quase como um radar receptor captando as ondas, percebendo seu entorno mas sem nenhuma expressão. Era plena segunda-feira. Ela era plena. Plena de si mesma. Ninguém cabia ali, mas seu coração estava cheio. Sabia que era uma mulher amada. E ela amava também. Sentia que pertencia a uma pessoa. Esse sentimento transbordava, transpirava pelos seus poros. Ninguém precisava saber. Ela tampouco contaria a alguém. Ninguém se interessava. Só interessava a ela. Era uma mulher bonita e inteligente. Estava guardando suas energias, logo iria precisar dela. Não se preocupava, todo problema tem uma solução. Se há solução, não há de se preocupar. 

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Tinha um trabalho a fazer. Podia esperar, mas o ponteiro do relógio estava girando. Gostava do risco.